Dessa forma, por exemplo, a importância do lorde Melbourne para a rainha Vitória é afirmada, porém a narrativa nada esclarece sobre isso. Que atitudes do primeiro-ministro motivariam o favorecimento da rainha? Como explicar o encantamento que tinha por ele? É dito que Melbourne era um sedutor, no entanto em nenhum momento ele demonstra esse poder de sedução. Antes, é retratado de modo pouco simpático, o que demarca uma importante diferença entre o Melbourne do filme e o da série, que, este, sim, é bastante sedutor.
O amor repentino entre a rainha e o príncipe Albert também não convence. Não acompanhamos seu desabrochar e desenvolvimento. Tampouco é possível perceber a importância que esse casamento teve para a história da Inglaterra, que, por sinal, constitui-se apenas como um pano de fundo onde transcorre a narrativa. A modernização do país é apenas referida em notas escritas no final da película, quando também é mencionada a morte de Albert, aos 42 anos, vítima de febre tifóide, e da própria rainha Vitória, aos 81 anos. Confesso que esperava bem mais do filme, fascinado que sou pela monarquia inglesa e pela era vitoriana. Penso que um dos motivos para minha frustração seja o fato de o filme ser demasiado curto, o que impossibilitou seu desenvolvimento. Como reduzir para menos de 2 horas uma produção que, a meu ver, deveria ter 4 horas?

Comentários
Postar um comentário