Um breve e interessante História da Economia


Sempre me interessei por assuntos vários, desde História e Geografia até Psicologia e Religião. mas nesta última década, especialmente, tenho me atraído por temas bastante singulares, como Filosofia Moral, Economia e Política. De alguma forma, vejo que estão relacionados. Dada à complexidade de cada uma dessas áreas do conhecimento, que exigem bastante tempo dedicado ao estudo, não é minha pretensão me tornar um especialista, nem, respectivamente, um filósofo, um economista ou um cientista político. Por essa razão, sempre cultivei a leitura de livros introdutórios, bem como de toda literatura de divulgação científica. Se é verdade que isso me impede de me tornar uma autoridade nos temas pelos quais me interesso, ao menos vou adquirindo um repertório mínimo para poder me aproximar de algumas discussões. Essa é a experiência que me proporcionou o livro Uma breve história da economia, de Niall Kishtainy, publicado pela editora L&PM. 

As 327 páginas do livro apresentam, com uma linguagem bastante acessível, os principais nomes e teorias da História da Economia. Um deles é Adam Smith, considerado o pai da Ciência Econômica. Smith me remete ao meu ensino médio, quando cursei o curso de Administração na escola Anísio Teixeira, em Natal. Sua ideia mais famosa é a da "mão invisível" do mercado, isto é, a noção de que os mercados se regulariam sozinhos, não havendo necessidade de intervenção estatal. Se esse conceito é amplamente conhecido, minha surpresa foi descobrir que é dele a teoria do valor-trabalho. Até então, acreditava que essa noção havia sido introduzida na história do pensamento econômico por Marx. Na verdade, o que ele fez foi levar essa ideia até às últimas consequências. Também foi uma grata surpresa conhecer as teorias de David Ricardo, autor que, para o pensamento do liberalismo clássico, foi tão importante quanto Smith. Com esse livro entendi finalmente o que distingue o liberalismo clássico do pensamento neoliberal, que tem entre seus expoentes o economista Milton Friedman. Além disso, pude acompanhar, em ordem cronológica, o prestígio que certas teorias alcançaram ao longo da história. A doutrina liberal esteve em alta ao longo do século XIX até a Grande Depressão de 1929, quando foi suplantada pelo keynesianismo, que, por sua vez, foi abandonado na década de 1970, durante a crise do Petróleo, pelo renascimento das ideias liberais, e assim por diante.

O ponto alto do livro é o fato de apresentar as teorias econômicas como respostas dadas por certos autores, em determinados momentos históricos, a problemas econômicos reais enfrentados pelas sociedades humanas. Em nenhum momento o autor defende como melhor esta ou aquela teoria econômica. Em vez disso, apresenta os pontos fortes e as críticas levantadas a cada uma delas. Outra virtude é mostrar a Economia como algo próximo de nós, não algo hermético, acessível apenas aos economistas. Por fim, aborda questões bastante atuais, como a crise de 2008 e a moratória da Grécia. É um bom livro para quem quer se aproximar das discussões envolvendo Economia.  

 


Comentários