Há alguns dias tive a felicidade de conhecer um grande artista da música popular brasileira: Beto Mi, cantor, compositor, produtor e arranjador, natural de Guaratinguetá, São Paulo. Mais um presente que recebo do poeta Ivan Matos, que me enviou o álbum de 1983, Beto Mi, que conseguiu a façanha de vender à época 100 mil cópias. Muito grato, poeta.
Demorei um pouco para ouvi-lo. No entanto, assim que o fiz percebi que estava diante de um trabalho de grande força poética e musical. Pela sonoridade, o disco me remeteu imediatamente ao final da década de 1970 e início da década seguinte, quando foram produzidos discos antológicos de artistas que hoje podemos chamar de malditos ou marginais: Um Deus Vagabundo, de Bubuska; Caroumi, de Eustáquio Sena; O gosto novo da vida, de Lula Côrtes, etc. Coloco o disco de Beto Mi facilmente na companhia desses.
Demorei um pouco para ouvi-lo. No entanto, assim que o fiz percebi que estava diante de um trabalho de grande força poética e musical. Pela sonoridade, o disco me remeteu imediatamente ao final da década de 1970 e início da década seguinte, quando foram produzidos discos antológicos de artistas que hoje podemos chamar de malditos ou marginais: Um Deus Vagabundo, de Bubuska; Caroumi, de Eustáquio Sena; O gosto novo da vida, de Lula Côrtes, etc. Coloco o disco de Beto Mi facilmente na companhia desses.
A obra apresenta composições do próprio intérprete, assim como parcerias com Lucio Dalla e Júlio Ricarte, além de composições de Neto Mi (seria um irmão?), Toninho Ledo, Hélio Matheus e Jaime Alem. Apesar de sua origem paulista, seu canto me remete aos cantadores do Nordeste, carregada de verdade e energia. Especialmente me lembrou Geraldo Vandré, com aquela forma contundente e dorida de cantar. O curioso é que tive essa percepção antes de me deparar com a homenagem que Beto Mi faz ao cantador paraibano em duas faixas: "O poeta (Vandré)" e "Pra não dizer que não falei do verso".
Como tenho um apreço especial por belas e suaves melodias, destaco do disco as canções "O ano que virá", "Coração do mundo - Campo Grande" e as já mencionadas"O poeta (Vandré)" e "Pra não dizer que não falei do verso". No entanto, os lindos arranjos de "Anjo da guarda", com uma combinação perfeita de instrumentos de corda, sopro e percussão, aliados a uma letra carregada de grande sensibilidade faz da canção uma das melhores faixas do álbum. "Anjo da guarda" fala de pobreza, de fome, de luta e esperança. Uma verdadeira obra-prima. "Companheiro" é outra composição que me emocionou, e a que mais tive vontade de cantar junto. A música parece nos conclamar para isso. Os arranjos são grandiosos, a letra é pura inspiração e a interpretação é uma verdadeira entrega do artista, um cantar lancinante, que nos atinge a alma.
Embora tenha destacado algumas faixas, o disco inteiro é bom. É daqueles que ouvimos de cabo a rabo. Penso que se trata de um trabalho para ser apreciado com calma, se possível de olhos fechados, sentindo a música e a poesia contida na letra.
Enfim, Beto Mi foi um grande achado. Pena que só feito agora, em 2020, a quase um ano da morte do cantor. Só descobri isso hoje, quando já é não é possível sonhar em assistir a uma apresentação desse memorável artista.
Embora tenha destacado algumas faixas, o disco inteiro é bom. É daqueles que ouvimos de cabo a rabo. Penso que se trata de um trabalho para ser apreciado com calma, se possível de olhos fechados, sentindo a música e a poesia contida na letra.
Enfim, Beto Mi foi um grande achado. Pena que só feito agora, em 2020, a quase um ano da morte do cantor. Só descobri isso hoje, quando já é não é possível sonhar em assistir a uma apresentação desse memorável artista.

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