Dirigido pelo polêmico Abdellatif Kechiche, o filme Azul é a cor mais quente foi lançado em 2013, logo ganhando a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Confesso que me surpreendeu bastante quando o vi.O filme tem como protagonista a jovem Adele que, aos 15 anos, começa a descobrir-se e angustiar-se com suas descobertas. Durante o curso secundarista, por pressão das próprias colegas, namora um rapaz, mas o relacionamento não a satisfaz. Na sequência, conhece Emma, uma mulher mais madura e de cabelos azuis, pela qual percebe se sentir atraída, a ponto ter sonhos eróticos com ela. Adele acaba vivendo um relacionamento intenso com Emma, que, agora sim, a faz se sentir plena e feliz. No entanto, esse relacionamento passa por crises, como qualquer relacionamento. E esse é justamente o ponto de maior interesse do filme, pelo menos para mim: os desencontros entre as duas. É bem verdade que fiquei muito surpreso com as cenas de sexo que o casal protagoniza, bastante reais, excitantes, e, ainda assim, desnecessariamente longas. No entanto, o que me impactou mesmo em Azul é a cor mais quente foi a ênfase que se deu ao aspecto afetivo do relacionamento, apesar das demoradas cenas picantes. Isso porque transmitiu a importante mensagem de que ninguém deve ser reduzido à sua dimensão sexual, por isso o termo homoafetividade é mais apropriado do que homossexualidade para designar o amor entre pessoas do mesmo sexo. Ademais, angústias, dores, ciúmes, traições - e toda a tristeza que se segue a isso -, atinge a todos os seres humanos, independente de sexo, gênero ou cor. Eu, por exemplo, sinto-me muito próximo de Adele, da sua melancolia, da sua solidão e da sua inclemência consigo mesma. E você? Está mais para Adele ou para Emma? Assista ao filme e reflita.

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