Fiz recentemente a assinatura da Globoplay para poder assistir a algumas produções da Rede Globo. Comecei com "Marielle", documentário dirigido por Caio Cavechini, o qual, segundo um amigo me disse, estava sendo exibido pela emissora. Como atualmente tenho preferido escolher o momento para consumir esses produtos, resolvi experimentar o serviço de stremming da Globo. E gostei da experiência. Assisti ao seis episódios do documentário nesses últimos dois dias, e me deparei com um trabalho jornalístico de grande qualidade, o qual dá conta da complexidade da investigação sobre o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL, conforme ela mesma se descreve, a "mulher negra e afavelada" Marielle Franco. Direitistas apressadinhos como Rodrigo Constantino talvez acusassem a produção de ser hagiográfica, ou uma peça de propaganda de certa militância de esquerda representada por Marielle, mas a produção revela cuidado com a objetividade, atendo-se aos fatos amplamente noticiados, às declarações dos órgãos investigatórios e aos depoimentos prestados por companheiros de partido, adversários políticos, ministério público, e os próprios suspeitos. É um trabalho que mostra as várias linhas investigativas, as prováveis tentativas de obstrução, os vaivéns da investigação, as suspeitas, evidências e contradições que impediram que se chegasse a uma resolução do caso. O documentário destaca a repercussão nacional e internacional do caso, o significado de sua investigação e as muitas dúvidas que ainda pairam a seu respeito. Afinal, quem mandou matar Marielle? Por quê? Tais perguntas serão respondidas algum dia? Tendo a achar que não.

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